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Saturday, May 28, 2005

Entrevista com IMOGEN CUNNINGHAN

por
Thomas Joshua e Paul Hill





IMOGEN CUNNINGHAN
(1883 – 1976)
Esta entrevista com Imogen Cunninghan foi feita em março de 1975. Imogem estava com seus 92 anos de idade e viria a falecer no ano seguinte. Representa uma pequena grande parte do magnífico trabalho pela memória da fotografia realizado por Thomas Joshua Cooper e Paul Hill que, durante quatro anos, entrevistaram “pessoas que ajudaram a moldar a arte da fotografia durante o século XX”.
O trabalho desses autores apresenta entrevistas com conhecidos mestres da fotografia, e suas contribuições a movimentos artísticos, como a Bauhaus, a Photo-Secession, o Grupo f / 64, o Dadaismo, o Surrealismo e o Realismo Social.
“Dialogue with Photography” é uma obra imperdível para todos aqueles que se interessam pela compreensão da fotografia mundial do século XX, . A edição original, em inglês, foi publicada por Farrar, Straus, Giroux, LLC de New York.


- Como iniciou suas atividades com a fotografia ?
- Todos me fazem esta pergunta. Me indagam em festas, em todos os lugares. Nada me fez começar; comecei sózinha. Tinha visto alguma coisa de Gertrude Käsebier ... e isso é tudo o que posso dizer sobre o que me fez começar.

- Pode se lembrar qual foi a primeira fotografia que tomou, revelou e copiou?
- Uma das primeiras de que me lembro, me mostra no campus da Universidade de Washington, na parte baixa dos bosques, completamente despida e deitada sobre o capim.



- Um autoretrato?
- Sim. Bem, não se vê muito porque estou entre o capim. Esta foi uma das primeiras que eu mesma tomei.

- Sua família tinha alguma relação com a fotografia?
- Não, estou certa de que meu pai achava a fotografia “suja”. Ele me dizia: Para quê quer estudar se tudo o que vai conseguir é terminar sendo uma fotógrafa suja. Ele imaginava que era um semi-ofício. Me lembro que a única vez que alguns de nós fomos fotografados foi quando nos alinhamos em frente a um desses fotógrafos ambulantes.

- Seu pai colocou obstáculos em sua dedicação à fotografia?
- Não, em absoluto! Ele me construiu um quarto escuro no depósito de lenha e trabalhou bastante nele, o que não deixou de ser uma boa tarefa. Depois, nunca mais disse uma palavra a respeito. Se soubesse que agora vivo praticamente de uma imagem sua junto aquela lenha, ficaria surpreso !



- Pode se lembrar do primeiro fotógrafo criativo que conheceu?
- Saiba que nunca divido os fotógrafos entre os que são ou não criativos. Só os chamo de fotógrafos. Quem é criativo ? Como se sabe o que é ser criativo ou não ser criativo ? Houve fotógrafos que conheci na Europa, mas não me senti muito interessada por eles. Fui ver um fotógrafo em Dresde, e me pareceu que era um medíocre. Creio que Edward Curtis foi o primeiro a quem realmente eu poderia chamar de bom fotógrafo.

- Você trabalhou para Curtis depois de ter se graduado em fotoquímica. Ou foi em química?
- Eu conseguira minha graduação em química, e havia terminado depois de três anos e meio, quando meu principal coordenador me disse que conseguiria um tempo livre se conseguisse um emprego, e foi o que eu fiz.

- E qual emprego foi esse?
- Durante um semestre trabalhei gratuítamente para Curtis depois, quando a mexicana que fazia as cópias se casou, me deram seu posto. Alí fiquei até que obtive a beca e parti para a Europa.

- Porque escolheu a química na escola superior ?
- Não havia outra coisa para escolher. Não ensinavam pintura. Não ensinavam nada semelhante à fotografia. A química era conveniente porque se tinha que preparar as próprias fórmulas. Não vinham preparadas em frascos como agora. Tudo é fácil agora.

- Pode se lembrar qual foi sua primeira fotografia publicada ?
- Creio que Margery Mann pode te dizer isso. Ela é quem tem os registros. Eu não presto atenção nenhuma a essas estatísticas.

- O que a levou a partir da oficina de Curtis para a Alemanha ?
- Bem, para iniciar tinham aquele esplêndido curso na Technische Hochschule de Dresde, e meu assessor na universidade sabia disso. Quando consegui meu título, me encaminhou primeiro a Leipzig, onde ele tinha muitos amigos. Alí tive algumas experiências muito interessantes. Não sei se deveria contar isso, mas fui posta nos braços de algumas mulheres. Uma delas era uma modista de muito sucesso na época; não gostava em fazer vestidos para mulheres espartilhadas e as mulheres espartilhadas eram a moda naquele momento. Mas, quando descobriu que eu nunca havia usado um espartilho com barbatanas de baleia, me transformou em sua modelo e me levou a um grande desfile de modas em Dresde. É claro que não recebi por isso qualquer remuneração, nem siquer para minha passagem, e me pôs um vestido depois de outro para seu desfile de modas. Em troca nunca recebi outra coisa que não um “obrigado”.



- Levava consigo suas próprias câmeras?
- Sempre levava minhas câmeras ! Nunca viajei sem elas e levava um baú. Tinha uma câmera grande de 12 x 18 e, desde o início usavamos chapas. Era horrível. Agora é fácil. Sim, agora posso viajar muito leviana.

- Conheceu gente interessante do mundo fotográfico enquanto esteve na Europa ?
- Conheci homens de ciência, e mais tarde visitei August Sander. Nunca tinha visto sua obra quando fui visitá-lo. Te digo: achei que deveria ter-lhe comprado algo quando estavamos ali, mas não vi nada que quizesse comprar. Te garanto que aquele homem não diferenciava o bom do mau. Era um fotógrafo retratista e nos apresentou seu trabalho; imaginamos que ele estava guardando o melhor, sem colocá-lo à venda. Talvez o tenha feito, não sei. Parecia encontrar-se em circustâncias de muito aperto. A guerra o expulsara de sua cidade e vivia sózinho no sótão de uma granja. Sua esposa tinha falecido e ele passava por uma angustiosa situação.

- É verdade que quando foi a Inglaterra, lá conheceu Alvin Langdon Coburn ?
- Sim, me lembro exatamente onde vivia. Quando fui a sua casa, quis me dar um livro. Quando saiu da casa para buscá-lo, sua mãe me disse: “Você sabe que nunca será tão boa quanto Alvin ! ” e eu lhe respondi: “ Pois é, nunca pensei nisso ! “. Tudo o que eu queria era ser um boa fotógrafa e nunca pensei em outra coisa. Mas ela mantinha um olhar vigilante, como se nota na fotografia dos dois juntos. Finalmente, quando ela faleceu, ele se casou.

- Conheceu mais alguém, nessa ocasião, enquando estava na Inglaterra ? Algum fotógrafo ?
- Não. Eu era muito ignorante, então. Suponho que, ao começar, todos o somos.

- Quando voltou, abriu um estúdio. Era um estudio para retratos. Por que tanto se importava com os retratos ?
- A questão era de se ganhar a vida. Ademais, nessa época as revistas não compravam material de fotógrafos. E se o faziam, não o pagavam. Mas lhes dei o que queriam, e não creio que tenha feito nada mas. De repente, fiquei muito popular. Viajava de trem e levava uma malinha de palha, pois não era tão pesada como uma de couro. Nela levava uma câmera de 12 x 18, doze chapas e um tripé desmontável. Eu ia a uma casa e fotografava aquilo que ali queriam – quase sempre as crianças, a mãe e o pai, todos na casa - , eu revelava, copiava, e me pagavam muito pouco !

- Nesssa época seus retratos tinham um estilo pictórico, com uma definição suave ?
- Em 1910 eu tinha uma lente Pinkerman Smith e a usava muito, mas não para retratos. Para estes eu tinha uma lente com grande definição.

- Isso não era raro naquela época?
- Não. Creio que todos os estúdios usavam lentes com gande definicão.

- Nessa época chegou a conhecer Stieglitz ?
- Vi Stieglitz quando voltei da Europa.

- Quando estava na Photo Secession Gallery ?
- Não. Deixe-me pensar. Não creio te-lo visto nessa ocasião. Eu estava muito intimidada.

- Porque tão intimidada ?
- Não creio que soubesse dele mais do que seu nome.

- É verdade que, quando regressou, você visitou Gertrude Käsebier ?
- Sim, foi assim. Ela estava fazendo cópias em platina e tinha um olho coberto por um emplastro, devido a um envenenamento por platina. Tinha tocado o olho ou o rosto em algum momento enquanto copiava. Eu sempre fui muito cuidadosa. Mas alguns são alérgicos a isso. Quando se toca um papel que tenha sido pulverizado, para esticá-lo com os dedos, alguns podem adoecer.

- Você lhe ensinou algum de seus processos de cópia ?
- Não, não tinha nada que ensiná-la. Foi uma visita atenciosa.

- Viu a revista de Stieglitz, Camera Work ?
- Eu a assinava. Saiba que outro dia me ofereceram cinquenta dólares por cada exemplar. Creio que é uma pena que seu custo tenha se elevado tanto. Não sei se isso vai durar, todos acreditam que sim, mas os comerciantes são realmente muito ambiciosos e surgem por todos os lados.

- Quais os pintores que viu em New York ?
- Marin e Dove.

- Esse tipo de trabalho lhe interessava ?
- Oh, sim !

- Visitou muitas galerias na Europa ?
- Desde que cheguei e vi uma grande exposição em Dresde. Você conhece o fotógrafo, aquele que fazia moda feminina. Não Cecil Beaton, o barão de Meyer. Foi uma grande influência para mim.

- Você se casou pouco depois, não é verdade ?
- Em 1915. Naquela época eu era uma medíocre fotógrafa de retratos.

- Deixou de lado sua dedicação total à fotografia para formar uma família. Isso representou para você alguma frustração?
- Não, em absoluto. Simplesmente não podia fazer tudo ao mesmo tempo. Não abandonei a fotografia. Tinha três filhos com menos de dois anos e não tinha um quarto escuro. Cada vez que fotografava tinha que fazer a revelação no centro da cidade, esse tipo de coisa.
Meu marido era desenhista de uma empresa que fazia cartazes; depois teve trabalho numa escola feminina de Piedmont e, finalmente um emprego como professor no Mills College. A partir de então, me transformei numa fotógrafa, mas tinha os meninos junto de mim. Tínhamos um grande pátio, com muito espaço para brincar e lhes dávamos liberdade total no jardim, mas eu não ia ao quarto escuro se eles ficassem sem vigilância. Eu os fotografava e ao mesmo tempo fazia minhas coisas com as flores. Meus gêmeos, Ron e Pad eram muito hábeis para procurar coisas que lhes interessavam e também a mim, como por exemplo, cobras, que traziam para casa nos bolsos. Pad era muito habilidoso para segurá-las pelo rabo, assim que as colocávamos sobre um tronco de lenha ele as mantinha ali segura pelo rabo através de algum furo na madeira.



- Como era trabalhar para Edward Curtis ?
- Bem, não se tratava de trabalhar para Edward Curtis. Era tão sómente trabalhar. Alguém me disse alguma vez: “ Deve ter conhecido muito bem Edward Curtis “. Eu lhe respondi: “Em dois anos, eu o vi sómente duas vezes.”

- Porque isso ?
- Ele nunca estava em casa. Era um fotógrafo que ia para todos os lugares. Mas o homem que cuidava do estúdio era uma pessoa maravilhosa. Nunca me esquecerei; se chamava Muhr. Simpatizei-me muito com ele, e ele fazia de tudo para mim. Nessa minha época, de 1907 a 1909, Curtis utilizava uma câmera grande de 6 ½ x 8 ½ polegadas (isso foi antes da 8” x 10”) e esse homem fazia uma transparência e depois um negativo perfeito para as cópias grandes. Era uma coisa sobrenatural. -
- Qual sua opinião sobre as fotografias de Curtis ?
- Me pareciam maravilhosas. Tinha todo um pessoal que trabalhava para ele e agora, quando estou certa de que todos estão mortos, posso dar minha opinião sobre eles. Tinha uma professora de escola, McBride, cujo trabalho era ficar sentada num escritório, onde recebia os serviços de retratos e onde também vendia as cópias. Quando não se esquecia de passar as ordens de serviço, muitas vezes colocava as cópias em algum lugar e se esquecia delas. Quando os interessados vinham buscá-las, ela revirava tudo e nós, no piso de cima, recebíamos uma reprimenda por não ter terminado as fotografias. Mas, por seu esquecimento, siquer haviamos recebido o pedido !
Um dia, eu saía às três horas da tarde e ela me disse: “Senhorita Cunningham, não é muito cedo para sair ? “ Eu lhe respondi: “Creio que não, para alguém que chega as sete “. Em Seattle não há muita luz de sol e uma cópia em platina se faz muito melhor com o sol que com a eletricidade, de modo que eu ia ao estúdio às sete quando havia sol.

- Curtis trabalhava exclusivamente sobre os índios?
- Não, essa era uma atividade paralela para ele. O estúdio se dedicava a retratos comerciais.

- Naquela ocasião, você acreditava que havia fundamentos para questionar sua exploração dos índios?
- Não, realmente não. Nenhum.

- Foi quando partiu de Satlle, que começou seu interesse pelos estudos de Botânica ?
- As plantas sempre me interessaram, mas nunca as havia estudado desde que vim à Califórnia, onde tudo crescia maravilhosamente e eu tinha uma vida doméstica na qual cabia algo assim. Não me importava cozinhar, não me importava escavar, nem me importava preparar e vigiar as crianças. Não posso entender as mulheres que são incapazes de fazê-lo, tudo ao mesmo tempo, sem se queixar. Uma parte de minha melhor produção foi feita nos anos vinte.

- Como era o Mills College ?
- Eu era só a esposa de um homem que estava em Mills. Não era uma professora. Não fazia nada no Mills. Ficava em casa e, siquer comparecia às reuniões sociais, mas ainda assim, tinha ali muitos amigos. Mais tarde fiz diversos trabalhos para o Mills College. Fiz as fotografias de seus folhetos.

- Enquanto viveu em Oakland, teve amizade com Edward Weston ?
- Meu marido também apreciava fotografia. Eu me interessava pela fotografia e pela obra de Weston. Quando nós fomos de San Francisco para essa colina próxima ao Mills College, choveu e choveu. Nesse dia, Weston e um amigo vieram nos visitar e quizeram nos ajudar a preparar o jantar. Aquela noite tínhamos pouca comida, creio que um pedaço de carne que eu dividi em nove partes e preparei um guisado. Anne Brigman, que era a amiga de Weston, também veio. Tinham que colaborar, assim lavaram os pratos depois do jantar, mas na manhã seguinte já não tínhamos água. Não sabíamos quão limitada era a provisão de água. A pessoa de quem havíamos comprado a casa não nos comunicou esse segredo, e éramos demasiado ignorantes para perguntar. O caso era que alí havia um poço e, dele se bombeava automaticamente para um depósito sobre o forro, mas o conteúdo era o resultado de vários dias de bombeamento. Portanto, nunca poderiamos encher o depósito e a filtragem teve que ser feita a mão no riacho ao pé da colina. É impossível imaginá-lo. As mulheres de hoje não aceitariam isso. Devo dizer que nada aproveitei isso ...

- Weston chegou a conhecer sua obra ?
- A carta clássica está no Museu da Eastman House. Em 1928, Weston voltou do México para Los Angeles, viu uma exposição do Country Museum de Los Angeles e me escreveu uma carta. Dizia que tudo o que havia na exposição era um espanto, até que chegou a uma de minhas fotos. Me disse: “Se conservar esse nivel, se transformará numa grande fotógrafa “. Muito alentador, não lhe parece ? A essa altura eu já tinha trabalhado vinte anos mais do que ele, mas ele nunca vira minhas fotos. Quando ele me conheceu, eu era só uma “ dona de casa ”. Aquilo que eu fazia, ainda não tinha sido revelado para o mundo.


- É verdade que, você e seu marido ajudaram Weston a sustentar-se, comprando suas cópias ?
- Sim, assim foi.

- Ele colecionou algumas de suas obras ?
- Edward nunca pode se permitir comprar nada de ninguém. Nunca soube que o tivesse feito.

- Qual, acredita tenha sido, a razão de uma existência de um grupo tão tênue como o f / 64 ?
- Creio que foi motivado por Willard Van Dyke. Verá que não era uma mostra tão maravilhosa. Henry Swift era integrante do grupo e, alí o único que tinha dinheiro. Tinha muito dinheiro e comprava. Quando faleceu, sua esposa doou a obra do grupo ao San Francisco Museum que, de vez em quando, a expõe. Faz muito tempo que a vi, mas não é um grande alento para mim.

- A propósito do f / 64, havia no ar algo que a impulsionava a buscar a maior precisão, levando-a a mostrar o maior detalhe possível ?
- Me parece que todos, independentemente do que pensem, são afetados pelo que ocorre a seu redor. Eu não posso recriar meus sentimentos sobre como fiz isto ou aquilo, porque boa parte de minha obra foi feita sem outra motivação que a de transmití-la bem e divertir-me um pouco. E assim foi, como fiz essa foto de definição suave, com duas pessoas que eram minhas amigas. Fomos a uma casa de campo, onde uma mulher que nos tinha simpatía nos deu de comer e nos cuidou enquanto fotografávamos e nos divertíamos. Isso foi em 1910. Eu era sómente uma aficionada, e a foto não se tornou popular. Agora, dizem que é boa. Avedon faz essas coisas para a Vogue e eu que mando refazer as lentes de minha velha Pinkerman Smith ...

- Ao que parece, você desenvolveu a fotografia abstrata na Costa Oeste, quase antes de Weston.
- Não sei quando eu fiz algo. Fiz as coisas por instinto. Me lembro de ter fotografao, no Mills College, coisas que nunca o havia preocupado antes, como a escada do velho Edificio de las Artes. Bem, essa já é um clássico. O edifício foi derrubado e naquele ano presenteei ao Mills todas as cópias extras que eu tinha. Mas, creio que haverei de guardar as outras, porque serão de utilidade para outra gente.



- Quais as tarefas comerciais desempenhou durante a Depressão ?
- Trabalhei para a Vanity Fair. É a única revista para a qual já trabalhei. Era editada pela mesma empresa que editava a Vogue. Isto foi durante 1931. Me perguntaram quais os temas que eu queria. Respondi: “ Homens feios “. Me passaram para Cary Grant e a um grupo de homens aos quais me agradaria olhar agora. Me agradaria saber como terão envelhecido. Tinha um outro que era rúivo e que se parecia muito com um de meus filhos. Tratei-o como si fôsse. Era James Cagney. Me disse, quando eu saía: “ Sabe que você é o único fotógrafo que não queimou os fusíveis em minha casa”. Eu lhe respondi: “Já sei por quê, eu uso luz natural ! “

- Você trabalhou com a Farm Security Administration?
- Não, eu perdi pois me recusei a fazê-lo. Fiz uma viagem com Willard Van Dyke. Fomos ver umas pessoas sem trabalho de Brookland, que conseguiram fazer funcionar um velho moinho. Dorothea Lange e eu interferimos nisso e o professor Taylor nos pediu para fotografar os trabalhadores do vale. Mas eu não pude participar porque tinha três meninos na escola e eles necessitavam de mim um pouco mais em casa, assim não fui. Não conseguiria fazê-lo com o mesmo entusiasmo de Dorothea. Ela mostrava um verdadeiro apetite. Gostava das fotos rápidas e não se incompdava com o trablho pesado; ficava encantada fazendo esse trabalho. Na realidade, tudo foi obra dela.

- Como você e Dorothea conviviam ? Eram rivais na fotografia ?
- Nunca. Fomos muito boas amigas. Quando ela estava casada com Maynard Dixon, íamos a um lugar durante o verão e ela convidava meus gêmeos para ficarem com ela . Ela também tinha filhos, mas eram mais novos que os meus e os adorava.

- Que trabalho documental já fez ?
- Minha empresa me pediu que lhe fizesse uma mostra com coisas locais. Me disseram: “Não tens que chamá-la documental; apenas ponha o título Caminhando por San Francisco”. Uma ocasião eu disse a Margery Mann: “ Bem, me agradaria fazer isso ”, e ela me aconselhou: “ Esqueça. Você não é uma documentarista ”. Mas, o que quis dizer era que eu não me atenho a um só tema. Não tomo, por exemplo, certas misérias do mundo, como crianças que tenham ficado orfãos, e coisas assim. Você já sabe que o documental só é interessante de vez em quando. Quando examina um livro de Dorothea, onde mostram filas e filas de pessoas que se agacham para desenterrar cenouras... isso pode ficar muito entediante. Assim, só ocorre de vez em quando, existir alguma coisa que valha a pena fotografar. Agora tenho uma fotografia documental que creio ser boa. Ela foi feita debaixo da ponte de Queensbororoug, em New York; é de um homem que está dormindo sobre alguns jornais. Lembro que, nunca tive uma câmera de 35 mm. e nunca viajei como Cartier-Bresson. Em sua obra recente não há nada que se iguale a anterior. Nunca fará de novo aquele homem que salta sobre uma poça d’água. Aquela era a verdadeira.

- Não existe um conflito entre o que você chama de fotografar instintivamente e o que poderia denominar-se de seu trabalho comerecial ?
- Bem, não digo que trabalhe instintivamente, quando alguém me pede que faça um retrato. Na realidade estou começando a odiá-lo. Já te fiz saber. Não vou fotografar mais nada por dinheiro, ou odeie seu rosto. Acabou-se. Não me vão obrigar a fazê-lo por dinheiro. Devo estar numa posição na qual posso escolher. No início eu não tinha escolha e fiz o que de melhor podia fazer, mas tive muitas frustrações com pessoas que estão desgostosas de seus rostos.

- Acredita ser necessário um senso de humor para permanecer profissional, ou esteticamente vivo nesse trabalho ?
- Creio que o senso de humor não prejudica em nada. Acredito que alguns podem se divertir com certas pessoas que se sentam e dizem: “Estás fotografando o lado feio de meu rosto”. Se alguém me diz isso agora, lhe direi que a sessão já terminou.

- O que é que te fascina na fotografia de retratos ?
- Dinheiro ! Dinheiro ! Dinheiro ! Por isso os fiz. Agora que já os fiz, é simplesmente um meio de vida. Soa como cobiça, mas nunca cobrei tanto como pude fazê-lo.

- Aderiu a algumas causas, como o sufrágio feminino ?
- Te direi que minha introdução ao sufrágio feminino se deu em Hyde Parl Corner, em 1910. Não podia acreditar, de verdade ! As mulheres, então, usavam uma linguagem correta, e fizeram o que fizeram. Se acorrentavam nas grades do palácio de Buckingham, mas continuavam sendo damas. Não diria que o movimento atual tenha algo de similar.

- Não tens simpatia pela libertação das mulheres ?
- Não. Não o condeno, pois estão fazendo algo de bom. Servirá para a causa das mulheres. Mas não me agrada a linguagem obscena, não me agradam os maus modos e não me agrada afirmar-me e ser uma das mulheres volúveis, inconseqüente. Aceito as coisas tal como são. Sou uma trabalhadora; não sou uma mulher maior que um homem. De fato, muitos acreditam que Imogem é um nome masculino, mas você já sabe que não é: a melhor das mulheres de Shakespeare, assim me dizia meu pai. Uma princesa, filha de Cimbelino.

- Quando começou a ensinar ?
- Nunca comecei a ensinar. Me empurraram. Nunca tive um verdadeiro cargo de professora. Faço um pouco aqui, um pouco ali. Passo um semestre em algum lado, um mês no outro lado, uma oficina em outro lugar ...

- E quando foi que isso começou ?
- Eu te direi, fizemos uma escola noturna, alguém e eu, em um lugar no centro de San Francisco. Já sabe que não sirvo para determinar em que tempo; já passei muito tempo vivendo, para saber quando as coisas aconteceram.

- Quais outros trabalhos fotográficos fez durante a Depressão ?
- Eu era a esposa de um professor, assim nunca soube que houve uma Depressão. Eramos tão pobres, e estávamos tão acostumados a sê-lo, que não sabíamos que os outros eram pobres. E já sabe que as coisas são assim. Uma pessoa que tem um emprego regular, por mais baixa que seja sua remuneração, vive apesar em tudo. Na verdade, não me esforcei para ganhar muito dinheiro e cobrei pelo que fazia, mas era tão pouco que, vendo agora, parece incrível.

- A Segunda Guerra Mundial teve alguma conseqüência na sua obra ?
- Teve, imediatamente. Nessa ocasião, eu trabalhava num estúdio na rua Montgomery, vivia em Oakland e fotografava muitas pessoas da Marinha e do Exército.



- Como chegou a viver nesta em bela casa de San Francisco ?
- Alguém a encontrou por um anúncio. Meu filho maior era arquiteto e me deu de presente. Levou cerca de um ano para entrar nela. E no início, tinha um montão de coisas que não fizemos pois não conseguimos obter os materiais. A parte dianteira foi desenhada por um paisagista e foi paga com fotografias. Essa foi uma ocasião em que fizemos um bom negócio.

- Depois da guerra, você começou, por iniciativa própria, a fotografar uma quantidade de artistas, escritores e pintores daquela região?
- Sim. De fato, raramente sou eu quem procuro alguém; são eles que me procuram. Quando fiz a foto de Gertude Stein, procurei um homem que estava escrevendo sobre ela. Eu a fotografei quando residia num hotel local e me pareceu que seria uma idéia estupenda compor o fundo com uma perspectiva da cidade. Levei-a para o terraço. Estava utilizando uma câmera 8” x 10” e já tinha feito uma ou duas fotos quando a senhorita Toklas saiu e me disse: “ Senhorita Cunningham, faltam três minutos “, eu lhe respondi: “Senhorita Toklas, a sessão já terminou ! “ Peguei minha câmera e sai. Era muito difícil tratar com a senhorita Toklas.





- Como conseguiu fotografar Stieglitz ?
- Foi muito simples. Fui para New York com uma quantidade de porta chapas de 8” x 10” , mas sem nenhuma câmera. Fui vê-lo muitas vezes antes de lhe pedir. Não lhe perguntei se recordava de mim em 1910, como fazem os estudantes comigo. Quando fiquei cansada, sentei-me no chão, porque não havia cadeiras. Ele entrou e eu percebi que tinha feito algo que outros não faziam e isso fez com que simpatizasse comigo, mostrando-se muito animado. Me permitiu utilizar sua câmera. Devo dizer que estava tão deteriorada, quanto está, agora, meu relógio do quarto escuro. Apenas se podia ler as indicações de aberturas e tinha um disparador de bombar que eu nunca tinha usado em toda minha vida. Isto foi em 1934 e eu não tinha fotômetro. Nessa época não havia fotômetros. Fiz sete fotos, todas diferentes. A que mais gostei não foi aquela que Ansel escolheu para utilizar no folheto que publicou na Feira. A que mais me agrada é a que está no meu livro.



- O’ Keeffe chegou a ver o trabalho ?
- Ela tinha todo ele e o entregou ao museo de Yale. O mesmo ocorreu com o material de Stein. Eu enviei tudo. As cartas que me foram escritas pela senhorita Toklas são muito simpáticas, porém é necessário ter uma lupa para entender sua letra escrita em papel absorvente. São cartas simpáticas e doces. Eu as li recentemente para alguns amigos. Parece que tinha muitos bons amigos a quem escrevia com devocão. Teve um vida boa, mas uma morte lenta e demorada.

- Ganhou algo pela sessão com Stieglitz ? Ele se interessou pelo trabalho que você estava fazendo na ocasião ?
- Não, absolutamente.

- Ele viu ?
- Sim, viu. Escolheu algo que não me interessava. Eram duas folhas de lírio d’água. Depois Steichen escolheu alguma outra coisa minha que interessou a Stieglitz.

- Você esteve na grande exposição de História da Fotografia, que Newhall organizou no Museu de Arte Moderna, em 1937 ?
- Bem, não poderia deixar de estar nela já que, na época, o Museu tinha parte do meu material.

- Em sua opinião, qual terá sido sua principal preocupação como fotógrafa ?
- Ter uma boa vida e deixar que os outros também a tenham. Eu não interfiro em nada. Não tenho anseios por nada. Só acredito no trabalho. Não sou um desses exegetas românticos do próprio ponto de vista.



- Parece que teve uma fotografia que provocou uma preocupação filosófica, senão uma controvérsia: o famoso retrato de Morris Graves.
- Creio que você deve ser uma pessoa especial para vê-lo assim. Eu não o entendo. Existe sempre uma pessoa especial, a quem gosta Morris. Bem, agora, as fotos fotos que se vendem mais que a de Morris são a de meu pai sobre o depósito de lenha e a de meu pai com minha mãe e a vaca. Estas estiveram submersas desce 1923 até 1970. Eu as juntei com algumas fotos de crianças que fiz granja, e agora são muito populares. Em seguida, minha Magnólia também é muito popular !



- Você captou as qualidades essenciais de alguns dos grandes artistas americanos dessa época: Roethke, Graves, Stieglitz ...
- Roethke era um homem muito dificil, embora carregado de energia. Era uma pessoa muito especial. Veja, eu o fotografei em seu hotel e, quando o levei a um beco do andar térreo onde havia uma parede, só enquadrei sua cabeça. Eu disse à senhora Roethke: “ Tem uma fenda que parece sair de sua cabeça “, e ela me respondeu: “ Muito apropriado “. Saiba que ele atravessa tremendas depressões e teve que internar-se em um hospital. Teve a vida mais triste da qual já tive conhecimento. Sua esposa era maravilhosa, realmente maravilhosa.

- Quais são as coisas, ou melhor as qualidades essenciais, que você procura em uma pessoa ao fotografá-la ?
- Veja, eu não faço isso. As pessoas costumam me fazer perguntas curiosas como essa. Eu não controlo aquilo que desejo delas, se eu desejo fazer, quando vejo fotografo. E se eu não vejo, não fotografo. O fascinante nos retratos é que nenhum é igual a outro.
Uma vez, Ansel disse para alguém que eu era versátil, mas o que quis dizer foi que salto de uma coisa para outra. Não me agrada ficar muito tempo no mesmo lugar. Não posso ficar com as montanhas, não posso ficar com as árvores e não posso ficar com os rios. Entretanto, posso ficar com as pessoas, porque são realmente diferentes.

- Em sua longa vida, você notou que a fotografia chega a público cada vez maiores. Acredita que isso é bom, e se é assim, como gostaria que isso evoluisse ?
- Bem, eu não tenho regras para o mundo, mas creio que a popularidade da fotografia é muito repentina. Existe um exagero na sua importância. Hoje exitem muitas pessoas que a estudam e que, nunca a utilizaram. Não podemos lhes dar uma formula para fazê-lo. É necessário tê-la em você mesmo, porque não é possível aprende-la. O “olho que vê” é o importante.
Eu gostaria que a fotografia de retratos retrocedesse a Julia Margareth Cameron. Não creio que haja nada de melhor. Você não concorda ? Ainda que, agora tenhamos a técnica para superar as coisas que ela não podia fazer. Mas, desde o início, ela viu as pessoas !

- Acredita que ela tenha exercido alguma influência sobre você ?
- Não. Conheci sua obra muito tarde. Nessa época eu já estava em ascensão. Mas gosto muito de seu trabalho. Quando me perguntam me perguntam quem é meu fotógrafo favorito, respondo: “ Não me façam uma pergunta como esta. Alguém saltará em cima de mim. Não posso falar de meus colegas “.

- Atualmente, existe alguém cuja obra seja especialmente significativa para você ?
- Bem, não sei se o diria, se o soubesse. Tenho uma quantidade de admirações fotográficas. Eu gosto de gente diferente. Sem qualquer dúvida, eu posso dizer quais não me agradam. Tenho algumas aversões bem marcadas, contra gente que se tornou popular fazendo um material frívolo, como Avedon. Ele é minha aversão atual e me agrada que o desgoste, porque acredito que nunca irei encontrá-lo. Outra aversão minha é Les Krims – agora é muito popular – , aquele que fotografou a mãe despida. Creio que, inclusive, borrifou sua mulher com algum tipo de spray.

- Qual é a sua opinião sobre outras tendências contemporâneas ?
- Oh ! Existem tantas ! Creio que a vulgariedade do nú, a forma com a qual é manipulado, me desgosta. Esta é uma época de vulgaridade e de erotismo, atirados de qualquer lado. Essa não é minha idéia de estética.

- Qual é a sua opinião sobre a educação fotográfica ?
- Há uma quantidade impressionante de mestres. Outro dia, perguntei para alguém: “O que aprendeu com seu professor ? “, e ele respondeu: “Bem, ele me ajudou muito a ver “. Não diria que isso não ajude, mas me parece que deveria haver algo mais. Creio que um pouco de auto-educação. Os alunos que vão à escola esperando que lhes metam tudo na cabeça, isso é abominável e não se consegue. É necessário fazer um pouco de trabalho próprio. No verão passado, em Yosemite, emprestei a um rapaz minha câmera 9”x 12”, pela qual tenho um grande afeto. Me disse: “ E agora, o que faço com isso? “, eu respondi: “Desenrrosque-a, e descubra você mesmo. Gire todos os controles, e descubra”. Por que não haveria de aprender como fechar uma câmera ? Por que deveria ensiná-lo ? Não devemos tratar os alunos como se fossem tontos; temos que ensinar-lhes algo e, depois, deixá-los. Não creio que tenhamos bastante auto-educação. O pessoal quer fazer uma exposição, logo ao sair do colégio. Por que querem ser expostos ao público imediatamente ? Não compreeendem que alguma coisa deve ser descartada. Eu disse aos rapazes em Yosemite que, tudo o que foi feito em classe deveria ir para o cesto de lixo. No entanto, eles não viam assim.

- Acredita que deveriam ser educados como você o foi, como aprendizes por algum tempo ?
- Atualmente, já não há possibilidade de fazê-lo. Os moços não querem aceitar uma aprendizagem. Mas, desde que iníciou, este rapaz que trabalha para mim, marcando e preparando, está aprendendo alguma coisa. Não vacilo em falar-lhe de tudo.

- Você se interessa por alguma coisa, fora a fotografia ? Você tem fama de ser uma boa cozinheira. É verdade ?
- Já não sou tão boa cozinheira como fui. Aos 93 anos a comida já não me interessa. Entretanto, vou editar um livro de cozinha, embora não sozinha. Alguém utilizará meu nome e minhas receitas e será algo de qualidade. Se chamará Beg, Borrowed and Stolen (Pedido, tomado por empréstimo e roubado). Eu estou acostumada a coser, costurar e tudo isso, mas, atualmente, minha vocação favorita é fazer marmeladas.

- Quais são seus planos futuros para sua obra fotográfica ?
- Agora, tenho começado um tema, mas não sei se poderei fazê-lo. Se o faço poderá dizer que é temático e, antes, nunca me dediquei a um tema. O tema será sobre pessoas velhas.
Meu filho acredita que devo desistir disso tudo, conseguir uma câmara de 35 mm, caminhar pela cidade e divertir-me; mandar revelar os filmes com outros e abster-me de toda a tarefa do quarto escuro. Estou perfeitamente disposta a deixar o quarto escuro, que é muito cansativo. Não creio que possa utilizar uma câmara de 35; ficarei com a de 6. Para mim, é como uma câmara a nível dos olho.

- Recebeu o prêmio Guggenheim com surpresa ?
- Bem, muito poucas pessoas o receberam com a idade que eu tinha. Creio que foi aos meus 87 anos. Isso já é ser velha !

- Para o que foi a doação ?
- Para copiar uma parte do material que eu não havia copiado antes. Eu acreditava que havia feito um trabalho completo mas, quando o transferi para o arquivista que agora está tabalhando comigo, ele desenterrou um material do qual eu não me lembrava. Estou fazendo muitas cópias disso, depois farei uma exposição.

- Parece que, aos críticos mais conformistas, levou muito tempo para aceitar finalmente a força de sua obra. Isto a preocupa ?
- Isso é o que me dizem agora, mas nunca pensaram nisso antes.

- Isto a diverte, ou irrita ?
- Não, não me preocupa. Nada me preocupa. O que me importa ?

- Continua trabalhando pelo prazer de fazê-lo ?
- Veja, não comecei como começam hoje muitos jovens, dizendo que querem ser os maiores fotógrafos do mundo, etc. etc. Compreendo que existam grandes fotógrafos que têm essa sensação de sua própria importância, mas não vejo nenhuma razão para isso. Acredito que são somente pessoas e, quando me chamam de mulher famosa, respondo: “Não sabeis o que é a fama “. Não chega até que se morre, assim, para isso, ainda tenho um tempinho !

- Porque considera tão importante manter regularizados os seus arquivos e criar um fundo ?
- É uma idéia absolutamente comercial. Sou uma mulher de negócios. Há muitas pessoas que desejam o meu material, e devo permitir que o tenham. Agora, se o querem e a coisa fracassar, não estarei aqui para lamentar isso.

- Quando olha para a frente, para o trabalho que terá que fazer, se vê continuando com os retratos ?
- Bem, não entendo como alguém com 93 anos possa olhar para a frente, pelo menos por um longo período. Farei o que puder, quando puder. Não sairei a procurar muito, em nenhum aspecto. Minha família se obstina em que eu ocupe algum tempo livre e me divirta, mas não sei como. Estou tão motivada com tamanha firmeza, que é dificil desfrutar do que poderia ser chamado de descanso total .... Creio que só farei marmeladas !
Tradução: Bento P. Bueno
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Livros:

After Ninety. Introdução de Margaretta Mitchell . University of Washington Press, Sattle, 1977.

Homage to Imogen. Número especial da revista Camera, Lucerna (Suiça), outubro de 1975.

Imogen Cunningham. “Aperture History of Photography Series”, no 11, Millerton, New York, 1964.

Imogen Cunningham. Photographs: 1921-1967. Prefácio de Beaumont Newhall. Stanford University Press, California, 1967.

Imogen Cunningham: Photographs. Introdução por Margery Mann. University os Washinton Press, Seattle, 1970.

Imogen! Imogen Cunningham. Photographs: 1910-1973. Introdução por Margery Mann. University of Washington Press, Seattle, 1974.

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